Testemunhos

Diagnóstico pré natal | Ângela

Gémeos e o cromossoma 21

Gravidez mais que programada ao milímetro e tão desejada, surge finalmente o positivo no dia 2 de janeiro de 2013. Yeehhh… 14 de janeiro, são gémeos! Yupiiiii… Que mais poderia querer? Não só um, mas dois amores a crescer! Passam umas semanas e, às 12 semanas de gestação, tínhamos a ecografia morfológica. Depois de uma hora de ecografia, somos levados a uma outra sala para cautelosamente nos comunicarem que a medida da translucência da nuca estava ligeiramente aumentada no feto 1 e que poderia indicar Trissomia 21. Não ponderávamos de todo submeter os 2 fetos a uma amniocentese, por isso fomos encaminhados para consulta de Genética. Chegados lá, encontramos uma médica, que nos marca pela positiva [obrigada Dra. IC pela sua pergunta, para nós decisiva!], feitas as perguntas todas, explicados os riscos de uma amniocentese, explicados também os riscos para o outro feto que não seria abortado caso fosse essa a nossa decisão, analisado valor do rastreio bioquímico, o risco de t21 era de 3%… E a Dra. apenas nos pergunta “Esses meninos são de ouro?”. É ou não é uma pergunta decisiva? Não que estivéssemos a ponderar essa hipótese, mas estávamos num emaranhado de emoções e pensamentos que nos estavam a desviar do mais importante! Aqueles bebés, fossem eles como fossem ou tivessem o que tivessem!

E assim continuou uma gravidez tranquila, em que a cada ecografia tudo estava normalíssimo.

Nasceram de parto normal às 38 semanas e 1 dia, o Francisco e o Guilherme. O Guilherme nasce com Trissomia 21, ele era o feto 2, mas foi ao feto 1 às 12 semanas que foi posta a hipótese de t21. Irrelevante ou não foi um facto.

Têm 3 anos e 5 meses e são a minha luz, o meu coração fora do peito, o meu ar, a minha pós-graduação, mestrado e doutoramento da vida! O Guilherme é a minha maior lição! Incalculável o quanto me transformou enquanto pessoa. Uma aprendiza daquilo que me ensina todos os dias. Consegue pôr todos a rir com a sua boa disposição e alegria. Adora abraços e beijinhos. Ainda não fala, mas lá chegará! Todos temos o nosso tempo!
Obrigada Guilherme!

Ah! “Sim, são de ouro!”

Ângela Farinho

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